1.2 SID (STANDARD INSTRUMENT DEPARTURE)
Também chamadas de cartas de saída, as SID apresentam diversos procedimentos padronizados para decolagem e afastamento do aeroporto de partida. Uma mesma SID pode conter mais de um procedimento.
Pode ocorrer também que um procedimento ofereça desdobramentos, permitindo saídas para diferentes setores. Cada desdobramento recebe o nome de TRANSIÇÃO (TRANS).
O procedimento consiste em um trajeto a ser percorrido e um gradiente de subida, ou seja, a velocidade de subida em pés por minuto (ft/min). A trajetória é marcada por VOR, NDB ou fixos.
No caso de um vôo ATC, o controlador responsável pelo aeroporto de onde partimos define qual a saída (ou SID) ativa, ou seja, em vigor. Mesmo no caso de vôos off-line, onde não há controlador, as SID podem ser empregadas, ficando a cargo do piloto a escolha de qual procedimento usar.A seguir, apresentamos uma carta SID e, sobre ela, destacamos as informações disponibilizadas:
O Gradiente de Subida Mínimo representa exatamente qual o percentual mínimo de subida que deve ser obedecido. Ele vem descrito no quadro RMK e deve ser estritamente obedecido. Para facilitar o trabalho do piloto, existe uma tabela que converte este percentual em razão de subida em pés por minuto (ft/min):
1.3 ERC (ENROUTE CHART)
São as cartas usadas para o planejamento do cruzeiro. Elas apresentam os auxílios à navegação (VOR's, NDB's e Fixos), os aeródromos, espaços aéreos restritos ou proibidos, as aerovias e alguns acidentes geográficos.
AEROVIAS são corredores aéreos por onde flui o tráfego de aeronaves. Correspondem às rodovias. Assim como estas, as aerovias podem ser de mão única ou de mão dupla. Cada aerovia é separada por níveis de altitude de acordo com regras. Cabe ressaltar que há uma regra para vôos IFR (Instrument Flight Rules) e outra para vôos VFR (Visual Flight Rules). Vamos detalhar a primeira regra. A segunda, trataremos logo após.
Em Vôos IFR, as altitudes das "mãos" são sempre múltiplos de 1000 pés (ft), sendo que, para proas magnéticas na direção oeste (de 180º a 359º), ocupam múltiplos pares (Ex: 6000 ft, 8000 ft, 10000 ft etc...) e, para proas magnéticas na direção leste (de 000º a 179º), múltiplos ímpares (Ex: 5000 ft, 7000 ft, 9000 ft etc...). Esta regra é seguida até a altitude de 29000 ft. A partir daí, a próxima via para oeste situa-se a 31000 ft de altitude e as demais para oeste a cada 4000 ft de diferença, ou seja, 35000 ft, 39000 ft, 43000 ft etc... As proas no sentido leste seguem o mesmo procedimento, iniciando a 33000 ft e mantendo a diferença de 4000 ft (37000 ft, 41000 ft, 45000 ft etc...).
No caso dos vôos VFR, proas magnéticas para oeste são múltiplos pares de 1000 ft somando-se 500 ft (Ex: 4500 ft, 6500 ft, 8500 ft etc...) até o valor de 14500 ft. Proas magnéticas para leste assumem altitudes multiplas ímpares de 1000 ft somando-se depois 500 ft (3500 ft, 5500 ft, 7500 ft etc...) até o valor máximo de 13500 ft. O quadro abaixo resume estas regras:
Existem dois grupos de cartas ERC brasileiras:
CARTAS LOW: São as empregadas em vôos a baixa altitude, onde o limite máximo é de 26000 ft. No Brasil, temos duas cartas LOW: A carta L1-L2, que abrange as Regiões Nordeste, Sudeste e Sul, e a carta L3-L4, que engloba as Regiões Norte e Centro-Oeste; e
CARTAS HIGH: Usadas em vôos a altitude mais elevada. O limite, agora mínimo, é de 26000 ft. As cartas HIGH brasileiras são: H1-H2 e H3-H4, abordando respectivamente as mesmas Regiões das cartas LOW.
Temos aqui como exemplo uma parte da carta L1-L2, mais precisamente o entorno dos aeroportos de Coongonhas, Guarulhos e Viracopos:
Há ainda uma carta ERC especial que apresenta dois panoramas bem distintos. Uma de suas faces, é uma carta HI-LO (HIGH e LOW ao mesmo tempo) do trecho Rio de Janeiro - São Paulo, reunindo com maior riqueza de detalhes as informações das cartas L1-L2 e H1-H2 nesta área. Ela é ideal para o planejamento e uso em rota na ponte aérea Rio - São Paulo.
A outra face reúne todas as aerovias que passam pelo Brasil, sendo muito útil nos vôos internacionais.
SEMPRE QUE POSSÍVEL, O PILOTO DEVE REALIZAR O VÔO DENTRO DE AEROVIAS
1.4 ARC (ARRIVAL CHART)
São cartas que representam entornos de aeroportos (Terminais) de razoável movimentação. Além de complementar as cartas ERC, são muito úteis quando a aeronave, já em vôo, se encontra dentro da Terminal. A sua importância se evidencia pela riqueza de informações, permitindo a consulta a todos os VOR's, NDB's, Fixos, aerovias, aeródromos e áreas restritas em uma escala ampla.
1.5 STAR (STANDARD ARRIVAL CHART)
De maneira análoga às cartas SID, destinadas a organizar a partida de aeronaves a partir de um determinado aeroporto, as cartas STAR coordenam as chegadas. Além de determinar a trajetória, as STAR's definem também os diferentes níveis de altitude que a aeronave deve estar ao longo deste percurso.
As STAR's podem apresentar TRANSIÇÕES (TRANS) nos casos em que um mesmo procedimento provê a chegada por diferentes setores, que depois se incorporam ao procedimento como um todo.
Uma mesma STAR pode ainda conter mais de um procedimento e a definição de qual deve ser empregado fica a cargo do controlador, no caso de vôo ATC, ou do piloto, quando o vôo é offline, ou seja, sem controlador.
Eis uma carta STAR:
1.6 CARTAS DE APROXIMAÇÃO:
Este é o último tipo de carta a ser comentado.
Elas definem procedimentos para a aproximação especificamente a um aeroporto, não atendendo a nenhum outro. Entretanto, cada aeroporto pode ter, e normalmente tem, mais de uma carta.
Novamente, é o controlador quem define o procedimento ativo (ou seja, em vigor) para cada aeroporto sob sua responsabilidade. O piloto, na ausência do controlador, tem a liberdade de escolher o procedimento que melhor lhe convier.
Diferentemente das SID's e STAR's, cada carta só pode apresentar um único procedimento de aproximação de modo a não confundir o piloto num momento tão crítico.
Existem basicamente dois tipos de cartas de aproximação:
1.6.1 CARTAS VAC (VISUAL APPROACH CHART)
Apresenta o procedimento para aproximação visual. É dividida em duas seções, sendo que a superior apresenta o circuito de aproximação e pouso visual. A seção inferior disponibiliza comentários úteis.
1.6.2 CARTAS IAP (INSTRUMENT APPROACH PROCEDURE)
O procedimento aqui é adaptado para uma aproximação auxiliada por instrumentos. Este tipo de carta apresenta três seções: A seção superior mostra o trajeto a ser percorrido com as respectivas proas verdadeiras. A seção intermediária, por sua vez, detalha o PERFIL de descida e a seção inferior discrimina informações complementares.
As cartas de aproximação são extremamente úteis e garantem um bom pouso. Entretanto, nem sempre o piloto contará com elas. Neste caso, ele tem duas opções:
• Se em vôo ATC, deve solicitar ao controlador uma aproximação vetorada, recebendo instruções específicas de proa, altitude e auxílios ao pouso (ILS, VOR, NDB etc...); ou
• Se em vôo offline, cumprir circuito padrão de aproximação visual ou realizar afastamento, curva base e pouso usando instrumentos, iniciando neste caso o procedimento a, no mínimo, 1500 ft em relação ao aeroporto.
Fonte: Site da Vatsim - Piloto Afonso Braga - Link Vatsim